Cultura
No ano de 2025, a Praça de Touros Daniel do Nascimento irá comemorar o seu aniversário de 75 anos com uma grandiosa corrida de touros no dia 18 de julho.
A Praça de Touros Daniel do Nascimento
A atual Praça de Touros Daniel do Nascimento foi construída em 1947, substituindo a antiga, que datava de 1872.
Para a construção da Praça de Toiros da Moita do Ribatejo constituiu-se a Sociedade Moitense de Tauromaquia, a qual ficou com a propriedade do edifício. Inaugurada a 16 de Julho de 1950 com a designação oficial de Praça de Toiros Daniel do Nascimento, tem lotação para 5.150 espectadores.
A praça de touros é um símbolo na fisionomia da Moita, vila bastante conhecida pelas populares largadas, corridas de touros e outras tradições taurinas, especialmente durante as festas. Projetada pelo arquiteto Cabeça Padrão e inaugurada em 1950, a arena homenageia a figura de Daniel Nascimento, notável bandarilheiro da tauromaquia local, nascido em 1887.
Ao longo destes anos, a Moita tem consolidado uma posição cimeira no panorama tauromáquico, detendo atualmente aquela que é conhecida como a mais importante feira taurina de Portugal, que se realiza em Setembro, aquando as Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Largadas de Touros
As largadas da Moita são uma tradição taurina popular que acontece anualmente durante as festas em honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, geralmente em setembro e em maio.As largadas decorrem na Avenida Dr. Teófilo Braga, no centro da vila da Moita e para estar pronta para as largadas, a avenida é fechada com tábuas para impedir que os touros saiam das ruas.
Para além das ruas serem fechadas com tábuas, dentro do recinto os habitantes que moram na avenida optam por construir burladeros em frente ás portas de suas casas, e os aficionados optam também por construir escadas em volta de uma árvore para fugirem do touro, sendo uma atividade que exige mais adrenalina e coragem.
As largadas são também divididas em três partes ao longo da avenida, e em cada uma delas é solto um touro, visto que a avenida é um recinto muito grande apenas para um touro.
No final é feita a recolha dos touros com campinos e cavalos, e em seguida os aficionados dirigem-se á praça de touros visto que ocorre a solta de um touro na praça após a largada.
A corrida de touros não é apenas um espetáculo. É tradição, bravura e arte em estado puro, onde homem e touro estão frente a frente num duelo cultural, guiado pelo respeito e pela coragem.
Quando a corrida é à portuguesa, abre a lide, montado num cavalo com sangue quente, adrenalina e muito treino. Com coragem e coração, desafia o toiro em curtas distâncias, com bandarilhas compridas nas mãos e, depois, os ferros curtos, num aumento de emoção. O público vibra com cada sorte bem executada, aplaudindo de pé os momentos de maior verdade.
Corridas de Touros
As corridas de touros estão presentes na vila da moita á muito tempo.
Em 1837 foi a primeira referência conhecida como corrida de touros. Estas corridas surgiram no contexto das Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, em praças improvisadas ou recintos provisórios nas ruas da Moita. Desde 1837 até aos dias de hoje, a tauromaquia mantém-se na vila da moita, e um dos motivos de atração para trazer os aficionados são as corridas de touros.
Depois entra o Grupo de Forcados. O cabo dos forcados escolhe o grupo e, à frente, o forcado da cara prepara-se para o momento decisivo: a pega de cara. Com alma, firmeza e coragem, desafia o touro frente a frente. Quando todos os forcados agarram e imobilizam o animal, a praça explode em aplausos. É o triunfo da união, da coragem e da tradição portuguesa!
Nas corridas mistas ou a pé, o toureiro enfrenta o touro com o capote e depois com a muleta, toreando com passes cheios de arte e profundidade. Cada verónica, cada natural, cada passe de peito é uma forma de mostrar a estética taurina. O silêncio respeitoso da praça entre cada passe e o aplauso emocionado quando tudo flui em harmonia são sinais de que se vive grande toureio.
Grupo de Forcados Amadores da Moita
A vila a Moita tem a honra e o prazer de estar representada por um dos grupos de forcados mais antigos de Portugal, o grupo de Forcados Amadores da Moita.
O Grupo de Forcados Amadores da Moita foi fundado dia 6 de Agosto de 1905, sendo assim um dos grupos mais antigos de Portugal.
Após o encerramento da antiga praça em 1947, o grupo retomou atividade em 16 de julho de 1950, na inauguração da Praça Daniel do Nascimento, com João Soeiro como cabo, juntos e unidos na primeira corrida de touros da atual Praça de Touros da Moita.
Os elementos dão continuidade ao grupo com a presença do atual cabo João Raposo.
Grupo de Forcados Amadores Aposento da Moita
A vila da Moita é também representada pelo Grupo de Forcados Amadores Aposento da Moita.
Os Amadores do Aposento da Moita surgiram a partir de uma secessão do Grupo de Forcados Amadores da Moita.
Foi Cabo fundador do Aposento da Moita José Manuel Pires da Costa. O grupo teve ainda como elementos fundadores, todos saídos dos Amadores da Moita, os seguintes: Eduardo Costa, João Campos "Bão", António Saramago, António e Joaquim Dias, Manuel e Valentim Caturra, António Cruz, João Flores e Jacinto Neves "Padeiro".
Em 1994 o Grupo terminou a temporada tauromáquica no topo do ranking de forcados por número de actuações.
Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita
A Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita é outra das representações culturais que a moita tem a honra de ter.
Foi fundada em 2011 pela Sociedade Moitense da Tauromaquia, e como professor e maestro, o matador de touros Luís Vital "Procuna".
A mesma segue até hoje com inúmero representantes taurinos, as na presença do maestro Joaquim Ribeiro "Cuqui"